quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Do amanhecer ao anoitecer


Entre as persianas sinto
um raio solar matinal
penetrar no meu olhar
desvendando o sonho
de uma noite dominada
pelo silêncio perturbador
de um flash luminoso.
O vento... O vento que me persegue
e acompanha em momentos de solidão
percorre a minha face
lapidando-a cuidadosamente
embebecido na chuva cruel
que outrora submergia
pequenas cinzas
resultante de um passado
dominado pela ousadia
demonstrada quando a maioria
temia um desfecho doloroso.
Agora que o pôr-do-sol
se aproxima sob o olhar atento
de duas pequenas pedras reluzentes
como se de pequenas safiras se tratassem
escuto o eco das ondas
entre rochedos lascados
pela violência de um bater profundo.
Subitamente o nevoeiro
apodera-se da noite
dissipando qualquer tormento.

R'Tavares*

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